Quando Jorge Luis Borges escreveu o “Soneto do Vinho” o universo conspirou a favor do autor. As palavras tomaram sentido além das metáforas apresentadas. A alegria adquiriu forma e pôde ser servida em taças do cristal mais raro. Porém uma dúvida acompanhou o escritor: “em que dia secreto (…) surgiu a valorosa e singular ideia de inventar a alegria?” ( leia o soneto completo ao final dessa matéria)
A Revista Vida Interessante não conseguiu responder a pergunta elaborada por Borges, mas teve o privilégio de conhecer um mantenedor da alegria que perdura há gerações. Vizinha de Foz do Iguaçu, basta atravessar uma das pontes que representa a união irmã entre os povos de nossa tríplice fronteira, mais precisamente em Puerto Iguazú, primeira cidade em território de nossos “hermanos” argentinos, encontra-se La Vinoteca de Don Jorge, ou melhor “as vinotecas”, pois são três estabelecimentos.
Don Jorge e seu filho Laureano Giovanini são verdadeiros apreciadores do vinho e, sem sombra de dúvidas, cidadãos comprometidos com a cidade em que vivem, pois hoje contam com um dos produtos que mais tem destacado a Argentina no cenário mundial, por sua qualidade e sabor já característico, o vinho. E ainda, como citado, são “as vinotecas”, são três investimentos, um na Av. Brasil, outro na Av. República Argentina 184 e ainda a unidade do Iguazu Grand Resort Spa & Casino.
O mais alto nível de vinhos argentinos é encontrado em qualquer uma das vinotecas, e ainda, pode-se saborear na própria unidade uma fabulosa tábua de frios, com queijos diversos, salames, presuntos defumados, azeitonas e é claro o vinho de sua escolha.
O lugar tem uma característica própria, conta com uma série de detalhes e acessórios ( as fotos falam por si) que permitem concluir que há ali, além de vinhos, uma história, há sentimento em tudo que se vê. Um brinde a ALEGRIA!
“SONETO DO VINHO”
Jorge Luis Borges
Em que reino, em que século, sob que silenciosa
Conjunção dos astros, em que dia secreto
Que o mármore não salvou, surgiu a valorosa
E singular ideia de inventar a alegria?
Com outonos de ouro a inventaram.
O vinho flui rubro ao longo das gerações
Como o rio do tempo e no árduo caminho
Nos invada sua música, seu fogo e seus leões.
Na noite do júbilo ou na jornada adversa
Exalta a alegria ou mitiga o espanto
E a exaltação nova que este dia lhe canto
Outrora a cantaram o árabe e o persa.
Vinho, ensina-me a arte de ver minha própria história
Como se esta já fora cinza na memória.